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O setor de demolição no Brasil: mudanças de mercado, desafios e perspectivas futuras.
20 fevereiro 2025
A incerteza econômica, as lacunas regulatórias e as mudanças nas demandas do setor estão remodelando o mercado de demolição no Brasil. Fábio Bruno Pinto compartilha como sua empresa está lidando com esses desafios enquanto se prepara para as oportunidades futuras.
(FOTO: Adobe Stock/marchello74)
A Fábio Bruno Construções não é estranha a demolições de grande escala. A construtora brasileira construiu uma reputação por lidar com projetos complexos e de alto risco, e seu empreendimento mais recente não é exceção.
Com uma área total de 800.000 m², e 8.000 estruturas destinadas à demolição — incluindo 23 edifícios com mais de sete andares — trata-se de um grande empreendimento para a Fábio Bruno Construções.
No entanto, como explica o diretor-geral Fábio Bruno Pinto, a escala das demolições no Brasil não é o único fator que molda o setor. Das flutuações econômicas às lacunas regulatórias e à crescente demanda por sustentabilidade, o país apresenta tanto oportunidades quanto desafios.
Fabio Bruno Pinto, Diretor Superintendente da Fábio Bruno Construções.Megaprojetos e novas tecnologias
“O Brasil tem apresentado volatilidade financeira recentemente e, embora alguns mercados estejam crescendo, aqui na Fabio Bruno entendemos que a demolição é o primeiro nível de sentimento na economia, e podemos ver os primeiros sinais de uma desaceleração econômica.
“Quando o mercado de demolição desacelera, entendemos que há menos investimento. Quando o mercado começa a aquecer, o primeiro serviço a ser prestado é a demolição”, diz Pinto.
Para a Fábio Bruno Construções, isso significou investir em novas tecnologias e equipamentos para atender à crescente demanda por demolição em altura.
A empresa adquiriu recentemente a primeira escavadeira de alcance ultralongo do Brasil, capaz de atingir 54 metros. "Quando assumimos um projeto de alto risco envolvendo edifícios altos em áreas urbanas, a segurança é a prioridade", afirma Pinto.
Novo CAT 395 UHR de Fábio Bruno Construções em funcionamento no Projeto Maceió/Alagoas no Brasil. (FOTO: Fábio Bruno Construções)
A empresa trabalha em parceria com a empresa de engenharia ASI (Applied Science International), nos Estados Unidos, para simular demolições antecipadamente, levando em consideração fatores como tipo de estrutura, idade, altura, ambiente circundante e até mesmo as condições climáticas previstas.
Essa ênfase no planejamento garante o máximo controle sobre o processo de demolição, reduzindo o risco de acidentes.
“Uma vez que a estrutura é demolida, um processo natural resulta na fragmentação e dispersão de parte do material na própria área de demolição. A hidrossemeadura é realizada sobre esse material, uma prática comum para reduzir a poeira e o risco de erosão nessas áreas expostas.”
“Em projetos com estruturas mais robustas, como edifícios, o material demolido é fragmentado e transportado para uma usina de britagem localizada a aproximadamente 20 km da área da demolição. Essa reciclagem do concreto gera novos agregados e aterro limpo, sendo mais benéfica para o meio ambiente”, acrescenta Pinto.
O concreto proveniente de estruturas demolidas é transportado para uma usina de britagem próxima para ser reciclado em novos agregados e aterro limpo. A hidrossemeadura é utilizada nos materiais fragmentados deixados no local para minimizar a poeira e a erosão, uma prática comum para controlar o impacto ambiental.
Em 2015, a empreiteira brasileira implodiu 19 silos, todos interligados, na destilaria da AB InBev no Rio de Janeiro, como parte da demolição e reciclagem completa de toda a instalação. (FOTO: Fábio Bruno Construções)
Volatilidade econômica e desafios de mercado
Apesar dos importantes projetos em andamento, o setor de demolição brasileiro não está isento de desafios.
“Quando a demolição diminui, isso sinaliza que o investimento está diminuindo”, explica ele. “Mas, por outro lado, quando as empresas deixam o Brasil devido à incerteza financeira, há uma demanda crescente por serviços de descomissionamento, descontaminação e demolição.”
Essa tendência criou oportunidades para a Fábio Bruno Construções, especializada em descomissionamento industrial. No entanto, a concorrência continua acirrada. Embora a empresa se orgulhe de sua expertise técnica, segurança e qualidade, nem todos os clientes priorizam esses fatores na hora de fechar contratos.
“A Fábio Bruno é uma empresa que trabalha sempre com um elevado nível de qualidade e um excelente serviço ao cliente. Em projetos privados, temos a vantagem de sermos mais qualificados tecnicamente do que os nossos concorrentes. Esta maior qualificação acarreta um custo que pode não ser aceite pelo cliente imediato.”
A obra de 2019 da Fábio Bruno Construções na planta da Braskem em Triunfo, Brasil, compreendeu a demolição de estruturas da planta, suportes de tubulação, tanques de aço e a implosão da instalação mostrada na foto, que foi realizada enquanto outras partes da planta ainda estavam em operação. (FOTO: Fábio Bruno Construções)
“No entanto, quando conseguimos demonstrar os benefícios e ganhos que o cliente obterá ao executar o serviço com maior qualidade e segurança, certamente ganhamos o contrato. Os órgãos públicos não conseguem realizar essa análise, portanto, é muito difícil competir por obras públicas.”
“A Fábio Bruno não abre mão da segurança e da qualidade, e não vamos comprometer a qualidade para reduzir o preço e ganhar um contrato. Jamais prestaríamos um serviço sem cumprir todas as normas vigentes, mesmo que isso signifique não ganhar a concorrência com um preço mais baixo”, explica Pinto. Ao contrário de alguns concorrentes, a empresa se recusa a economizar em qualidade ou comprometer os padrões de segurança para reduzir custos.
Lacunas regulatórias e supervisão do setor
Embora o Brasil possua regulamentações rigorosas para demolições, sua aplicação permanece inconsistente.
“As regras existem, mas não há fiscais suficientes para supervisionar o cumprimento delas”, observa Pinto. Ele acredita que uma fiscalização mais rigorosa impulsionaria o setor, garantindo que todos os contratados atendam aos mesmos padrões de segurança e qualidade.
Até lá, empresas como a Fábio Bruno Construções continuarão a competir num mercado onde nem todos os intervenientes operam ao mesmo nível.
Sustentabilidade e Tendências Futuras
Embora a busca por emissões líquidas zero esteja impulsionando mudanças na Europa, Pinto afirma que a sustentabilidade ainda é uma preocupação secundária para a maioria dos clientes brasileiros.
“As empresas multinacionais têm metas ambientais, mas muito poucas empresas nacionais estão verdadeiramente preocupadas com as emissões de gases de efeito estufa”, observa ele.
“Como temos que atender às exigências de nossos contratados, essa preocupação muitas vezes não é levada em consideração”, diz Pinto. Ele acredita que, à medida que as tendências internacionais de sustentabilidade influenciam a região, a demanda por soluções de demolição mais ecologicamente corretas aumentará.
Olhando para o futuro
Apesar da incerteza econômica e dos desafios regulatórios, a Pinto mantém-se otimista quanto ao futuro do setor de demolição no Brasil. A empresa já está em negociações com clientes multinacionais para o descomissionamento de usinas no Brasil e em países vizinhos e considera a demolição em altura uma área de crescimento.
“Precisamos que os líderes de seus países demonstrem uma preocupação genuína com a segurança e a qualidade dos serviços; sem isso, é muito difícil realizar um bom projeto.”
“Como já mencionei, a qualidade e a segurança sempre virão em primeiro lugar. Embora essa liderança ainda não esteja totalmente consolidada, temos mantido conversas com empresas multinacionais que precisam remover suas fábricas em quatro países diferentes. Esperamos poder iniciar alguns desses projetos o mais breve possível”, afirma Pinto.
Expandindo para os EUA
A Fábio Bruno Construções não está focada apenas no mercado brasileiro — ela também está de olho na América do Norte. A empresa estabeleceu presença nos Estados Unidos com escritórios na Flórida e na Califórnia, aproveitando uma parceria estratégica com a empreiteira geral americana Project Delivery Group LLC.
“Temos confiança na experiência que trazemos para todas as formas de demolição; conhecemos o nosso valor e o potencial do Fábio Bruno. Temos os melhores equipamentos e os melhores profissionais. Era altura de expandir e competir num mercado maior”, afirma Pinto.
Uma das principais vantagens que a empresa enxerga no mercado americano é a sua estrutura de custos. “Com o valor da nossa moeda (real brasileiro) baixo em comparação com o dólar americano, nossos custos administrativos, salários da equipe de gestão e o valor dos nossos equipamentos também são menores do que no mercado americano. Isso nos permite ser bastante competitivos em termos de preço”, explica Pinto.
A entrada nos EUA apresentou tanto oportunidades quanto desafios. Embora algumas normas regulatórias e de segurança estejam alinhadas com as práticas brasileiras, a adaptação às exigências específicas americanas tem sido essencial.
“As normas americanas são muito semelhantes às brasileiras e, claro, a segurança é uma prioridade fundamental para Fábio Bruno. Foi importante para a equipe no Brasil, e para mim, obter a certificação de treinamento da OSHA”, afirma Pinto.
No entanto, as diferenças processuais, os processos de licenciamento e as expectativas dos clientes exigem uma abordagem personalizada. Navegar por esses cenários tem sido uma importante experiência de aprendizado para a empresa, à medida que ela se estabelece no mercado americano.
Para ganhar espaço no mercado, a empresa tem se apoiado em sua expertise em demolições complexas, particularmente em implosões e descomissionamento industrial. A Fábio Bruno Construções é especializada em diversos métodos de demolição, incluindo demolição em altura, implosões e remoção de materiais perigosos, áreas que pretende expandir no mercado americano.
Embora a empresa ainda não tenha garantido um grande contrato de demolição nos EUA, Pinto permanece otimista em relação às oportunidades futuras. "Nosso parceiro local nos EUA tem ótimos contatos no setor da construção civil. Apesar de não termos um projeto específico no momento, estamos em negociações avançadas para algumas oportunidades", afirma.
Olhando para o futuro, a empresa planeja aumentar sua presença no mercado americano, com foco em demolições mecanizadas e operações em altura. “Entendemos que os clientes valorizam uma empresa que opera em diferentes países. Isso demonstra sua capacidade de gestão, organização empresarial e sucesso profissional”, conclui Pinto.
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